Fundamentos de Fé: Lição 8 - Dons Espirituais para uma Igreja Viva

Introdução:

O apóstolo Paulo queria ensinar a Igreja de Corinto, sobre o assunto DONS ESPIRITUAIS, pois estes dons eram indispensáveis na vida e no ministério da Igreja. Seu desejo era que eles não ficassem “ignorantes” acerca dos dons, isto é, Paulo não queria que a Igreja ficasse alheia ao assunto, ou seja, deixar de ter conhecimento ou se privasse de conhecê-lo.

O apóstolo utiliza três capítulos (12, 13 e 14) de sua primeira epístola aos Coríntios para motivar, ensinar e orientar a Igreja no uso dos dons. No capítulo 12 versículos 7 a 11, ele apresenta os nove dons, esclarecendo que sua manifestação é obra do Espírito Santo. São eles: Palavra da Sabedoria, Palavra do conhecimento (ou ciência), Fé, dons de Cura, Operação de Milagres, Profecia, Discernimento de espíritos, Variedade de Línguas e Interpretação de Línguas.

Como não há nesse texto bíblico, presumimos que Paulo e os crentes de Corinto conheciam o significado dos dons, sendo o objetivo era realmente ordená-los e orientar sua manifestação. Por isso, necessitaremos pesquisar além dos limites do contexto de 1 Coríntios 12, para aprendermos sobre a definição e utilização dos dons.

A Igreja, de modo geral, emergia e crescia com a pregação do Evangelho, e sua doutrina era ratificada através das viagens missionárias de confirmação, dos concílios e de reuniões com os líderes das igrejas locais, e também consolidadas pelas Epístolas (cartas apostólicas) onde os ensinos eram padronizados.

  • Confirmação através de ensino e organização de lideranças – Atos 13:4-5; 14:1 e 3, 21 a 26; 16-4-5;
  • Confirmação através dos Concílios e Reuniões de lideranças – Atos 15:1-31 e Atos 20:17-36;
  • Consolidação da doutrina (conjunto de ensinos) pelas Epístolas: Atos 14:21-23; 15:22-35;

Nesse processo a igreja era edificada com o ensino discipulador e tremendamente capacitada pelo derramamento do Espírito Santo, que a confirmava com poder e fogo celestial. 

Os Dons Espirituais são o adorno da Igreja. Elas são uma capacitação especial para realização daquilo que for útil para a edificação da Igreja e para a propagação do Evangelho. (1 Coríntios 12:7) e o diferencial de poder que cada cristão cheio do Espírito Santo deve almejar (1 Coríntios 12:31).

O apóstolo recomenda a Igreja a buscar com zelo os melhores dons. ‘Buscar’ indica que devemos priorizar a utilização dos dons. ‘Com zelo’ significa com interesse e dedicação. E a expressão ‘os melhores dons’, significa que devemos procurar a utilização dos dons mais apropriados para cada situação.

O pastor Paul Yongi Cho (Coréia do Sul), costumava dizer que o cristão não pode ministrar para as pessoas “na carne”, pois os resultados seriam frustrantes e não seriam permanentes.

Jesus tinha um ministério de poder, ele disse: “Ide e anunciai a João o que ouvis e vedes: os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados e aos pobres é anunciado o Evangelho” (Mateus 11:4-5).

Sua promessa para nós também foi poderosa: “Aquele que crer em mim fará as obras que eu faço e, maiores obras fará, porque vou para o Pai”.

Os discípulos da Igreja Primitiva pregavam na unção do Espírito Santo, e o Senhor confirmava a Palavra com sinais e prodígios, veja Marcos 16:20 e Atos 4:29-31.

Identificando a ação dos Dons na Igreja

Como vimos, os Dons Espirituais eram (e são) de grande importância na Igreja, visto que a pregação era confirmada com sinais e maravilhas (Fé, de curas, e operação de milagres), a Obra era realizada e discípulos eram formados com instrução e demonstração de poder através dos Dons, ministérios e operações do Espírito Santo.

A igreja também tem dons do Espírito, que permanecerão até a volta de Cristo (1 Coríntios 1:2, 7; 12:8-10). Estes dons nunca deveriam ser exercitados contrário a Bíblia ou liderança piedosa, mas sempre com amor, em ordem, e para edificação do corpo. Os dons espirituais são miraculosos e sobrenaturais. Eles podem ser classificados como segue.

Dons de revelação: biblia   
  • Palavra de Sabedoria: O manifestar da liderança divina, direção, ou discernimento para uma situação específica (Atos 27:9-11).É uma Palavra que clarifica uma situação ou desperta para uma solução não observada, ou ainda uma instrução prática de proceder. Ela pode vir por alguém numa reunião congregacional, num grupo de compartilhamento, discipulado, aconselhamento, numa conversa com outro irmão ou direto de Deus através de uma visão ou um pensamento elucidativo e como fruto do devocional diário. Veja: Atos 6:10; Atos 15:13-22; Tiago 1:5-6.

  • Palavra de Conhecimento:  revelação divina de um fato de outra maneira desconhecida de quem a recebe (Atos 5: 1-1 1). .Trata-se de uma revelação específica para um momento, sobre fatos, pessoas, circunstâncias, ou sobre planos dos homens ou do diabo contra a Igreja.

    • Enquanto a Palavra de Sabedoria dá uma compreensão de como agir, como fazer, que pode se converter em habilidade específica e temporal; a Palavra de Conhecimento é a revelação de uma informação ou um aviso de Deus. Em Atos 16:6-9 vemos a Palavra de Conhecimento agindo e em Atos 16:10 temos a Palavra de Sabedoria.

  • Discernimento de Espíritos:  Uma percepção se algo é motivado por Deus, um espírito mal, ou um espírito humano. (Atos 16:16-18). Especialmente ligado aos dons de Profecia, Variedade e Interpretação de Línguas, esse dom permite distinguir e diferenciar se a motivação presente e a Palavra entregue provêm de Deus ou se é carnal ou diabólica (1 Cor. 2:14-16; 1 João 4:1-3; Tiago 3:13-17). Lucas descreve um caso típico do uso desse dom pelo apóstolo Paulo em Atos 16:16-19. É um dom imprescindível entre os membros do corpo de Cristo;

Dons de poder. 
  • Fé — uma dádiva especial de confiança em Deus para uma crise particular ou uma situação aparentemente sem esperança (Atos 27:21-25). Este tipo de fé foi definida como fé potente e como o poder de compreender o espiritual. É a fé que realmente produz resultados.

  • Dons de Curar: Notemos que a expressão está no plural, referindo-se às inúmeras maneiras, tipos e graus de enfermidade que o Espírito Santo pode conceder a cura. O cristão que está agindo os dons de curas, pode curar enfermidades físicas, psicológicas, em qualquer estágio, incluindo a morte, de ordem natural, acidental ou espiritual.  (Marcos 16:18, Mateus 8:17, Atos 19:8, Atos 28:8 e muitas outras referências). curas divinas, ou instanâneas ou progressivas, para vários tipos de enfermidades físicas e mentais (Atos 5:12-16). Cristo comprou cura para o corpo (Isaias 53:5; Mateus 8:16-17) e deu aos crentes autoridade para impor as mãos sobre os enfermos para sua recuperação (Marcos 16:17-18). Os anciões devem ungir o enfermo com óleo e orar para cura em nome de Jesus (Tiago 5:13-16)

  • Operação de Milagres: São atos sobrenaturais e extraordinários do poder de Deus pelas mãos e boca dos homens de Deus. Pode interferir inclusive nas leis naturais. Por exemplo: Atos 5:17-25, 12:5-11, 16:16-18, 20:7-12, 28:3-5. Um exemplo de um agir maravilhoso vemos quando Filipe foi trasladado /arrebatado para um lugar distante vinte e cinco quilômetros de onde estava. (Atos 8:26, 39-40; veja também Atos 13:6-12 e 19:11-12).

Dons de Expressão Vocal
  • Profecia: O apóstolo Paulo enfatizou aos Coríntios que buscassem com zelo os melhores dons (1 Coríntios 13:31), mas principalmente o dom de profecia (14:1 e31). Existe o ministério de Profecia, que estudaremos mais adiante, e o dom de Profecia (14:1,35,5,24,25,26,29-33,39,40). O dom de Profecia é uma mensagem para fortalecer a fé do cristão, sua vida espiritual e sua fidelidade ao Senhor (visando admoestar, animar, consolar e edificar). Normalmente não é uma pregação, embora a voz profética seja proeminente nela. Profetizar é compartilhar com a Igreja uma Palavra, ou entendimento, recebido de Deus, revelada ao coração do crente, sobre algo, um fato, pessoas etc. e que, às vezes, nem tem relação com o que se está tratando no momento. Não obstante, profetiza-se consciente e racionalmente sob a inspiração de Deus. A profecia comprova-se no mesmo instante ou numa situação futura, quando Deus trará a memória o assunto.  Ser usado no dom de Profecia não confere à pessoa o ofício de profeta, o dom de Profecia é dado pelo Espírito Santo para uma obra e momento específicos (1 Cor. 12:7). Não é recomendável que alguém alheio da Igreja, ainda que cristão confesso, faça uso da Profecia, isso é descortês e fora da ordem do culto (1 Coríntios 14:31-33). O dom de Profecia deve ser julgado por quem a ouve, isto é, deve ser considerado e avaliado à luz da Palavra de Deus (1 Tessalonicenses 5:19-21). Não significa que devemos ter preconceito com o pregador ou com a mensagem. O dom de Discernimento de espíritos é extremamente necessário para isso;

  • Variedade de Línguas e Interpretação de Línguas: A variedade de línguas estranhas é um dom vocal do Espírito Santo , onde o crente fala numa linguagem desconhecida dele, que pode ser de uma outra nação ou dialeto da Terra ou mesmo celestial/angelical, ou ainda um misto de ambas as coisas. Na variedade de línguas, se não houver interpretação, o crente edifica a si mesmo ou, em mistérios, adora a Deus. As línguas estranhas com interpretação  edificam a Igreja (1 Cor. 14:2-9 e 13-16). A Interpretação não é, necessariamente, uma tradução; antes, é trazer sob a inspiração do Espírito Santo a mensagem, que pode ser uma oração, adoração ou profecia. Esses dons andam unidos , mas é possível que uma ou mais pessoas falem e uma ou mais pessoas interpretem, mantendo a ordem e a decência, pois o espírito do profeta lhe está sujeito (1 Cor. 14:39). O apóstolo Paulo não queria que se proibisse a manifestação dos dons de línguas na Igreja, mas aconselha que se seja comedido no uso do dom de variedade de línguas em reuniões públicas onde há descrentes, principalmente senão houver interpretação (1 Cor. 14:21-28).

Buscar com zelo os melhores dons, destaca-se como uma ordem do apóstolo para que tenhamos um ministério dinâmico, poderoso em Cristo, sobrenatural e eficaz. (1 Cor. 12:31).

Questões para refletir:

1.       Quais são os dons do Espírito citado em 1 Coríntios 12?

2.       Você já notou a ação desses dons dentro da Igreja e mesmo em sua vida e/ou em outro cristão?

3.       Conte algumas dessas experiências?

4.       O que significa as passagens de 1 Coríntios 12:7 e 31?

5.       O que é buscar com zelo os melhores dons?

6.       Quais dons mais lhe atraem? Por quê?

Jesus, seus apóstolos e toda a Igreja Primitiva tinham um ministério cheio do Espírito Santo. Leia Marcos 16:20, João 14:12, Atos 10:38, Atos 19:11-12, e 1 Tessalonicenses 1:5. Agora responda:

7.       Você acredita que o mesmo poder está disponível a nós hoje? Por quê?

8.       O que você acha necessário para isso ocorrer em sua vida e ministério?

9.       Você está disposto a buscar a Deus para que o ministério de poder? Como pretende fazê-lo?

 

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