Fundamentos de Fé: Lição 7 - O Espírito Santo Agindo no cristão

Como vimos, o Espírito Santo é Deus em ação, da mesma maneira como o ministério terreno de Jesus. Em qualquer lugar em que houver uma operação sobrenatural pela Igreja, isso será pelo Espírito de Deus. Todas as manifestações, tais com os dons e o fruto, proveem da ação desse operado Espírito.

Em Gênesis 1:2-3 Lemos que a terra era sem forma e vazia e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Mas apenas quando a Palavra foi verbalizada foi que a criação começou a acontecer, trazendo Ele à existência aquilo que não existia (Romanos 4:18).

Ainda hoje é assim, a operação do Espírito Santo é associada sempre à verbalização da palavra da Fé (Romanos 10:8).

Quando Jesus falou à mulher samaritana, no capítulo quatro de João, que Ele pode dar de beber água viva, Ele referia-se ao Espírito Santo, como podemos comprovar lendo também João 7:37-39. De fato, Jesus também disse que o nascer do Espírito é condição primaz para se entrar no reino de Deus – João 3:5-7.

O Batismo com o Espírito Santo

O falar em outras línguas era, entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo com o Espírito Santo. É uma manifestação sobrenatural onde o espírito do crente e o Espírito Santo unem-se no louvor e na profecia. A experiência do batismo de fogo, pelo Espírito Santo, é descrita dessa maneira na Bíblia:

“E, cumprindo o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; E, de repente, veio do céu, um vento veemente e impetuoso, se encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles, línguas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falasse.” (Atos 2:1-4).

“E, dizendo Pedro ainda essas palavras, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que era da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilhavam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (Atos 10:44-46)

A uns discípulos de João Batista, os quais estavam em Éfeso, Paulo também pregou o Batismo em nome de Jesus e o Batismo com o Espírito (Atos 19:1-7): “E os que ouviram foram batizados em nome de Jesus. E, impondo-lhes as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam”. (Atos 19:5-6)

Em Atos 2:38 e 39, o Apóstolo Pedro, após o primeiro sermão, disse que após o arrepender-se, o povo deveria ser batizado em nome de Jesus e receberiam o dom do Espírito Santo e que a promessa era para eles, para seus filhos, para os que estavam perto e os que estavam longe, e para tanto a quantos Deus, nosso Senhor chamar. Isso aconteceu muitas outras vezes e em muitos outros lugares: Atos 4:31, Atos 6:3, Atos 8:14-17.

Esse agir sobrenatural é em uma língua que nunca se aprendeu (Atos 2:4, 1 Coríntios 14:14-15), quer seja uma língua falada na Terra ou mesmo numa linguagem de anjos(Atos 2:6 1 Coríntios 13:1).

O evangelista Reinhard Bonnke diz que o batismo no Espírito Santo não foi uma experiência isolada no passado, mas é o ambiente que fornece a vitalidade da fé cristã. Em suas palavras, no livro ‘Manifestações Poderosas’, ele diz: “quando bombardeamos o mundo com o evangelho, Ele é a munição para nossa artilharia. Ele anima os crentes: seus ensinos, sua pregação, seus cultos e sua vida... Sempre há um avivamento quando estamos pregando a Palavra de Deus e o Espírito está presente”.

Um outro termo bíblico para a presença do Espírito Santo na vida do crente é UNÇÃO – veja 1 João 2:27.

Identificamos a atuação do Espírito Santo, porque Ele nunca age fora da Palavra de Deus e sempre sua atuação leva a comunhão mais íntima consigo.

O Fruto do Espírito

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” – Gálatas 5:22-23 (compare com Efésios 5:9)

O fruto do Espírito mencionado no capítulo cinco de Gálatas é diferente de João 15:8. Na passagem de João 15, Jesus está falando das obras que realizamos para o cumprimento de nossa missão (gerar filhos na fé)na dependência que temos N’Ele. O fruto do Espírito (note que a palavra “fruto” está no singular) é o resultado da obra santificadora do Espírito Santo no coração do cristão, produzindo na vida da pessoa regenerada, isto é, em seu caráter, nove características especiais: Amor, Gozo (Alegria), Paz, Longanimidade (paciência), Benignidade, Bondade, Fé, Mansidão, Domínio Próprio.

O escritor Ralph Reynolds, em seu livro ‘Manejando a Palavra da Verdade’, e o escritor Lightfoot, dizem que podemos agrupar as características do Fruto do Espírito em três:

  1. Em relação a Deus (hábitos mentais)                                     - Amor, Alegria, Paz;
  2. Em relação ao nosso próximo (Qualidades Sociais)         - Longanimidade, Benignidade, Bondade;
  3. Em relação a nós mesmos (Princípios de conduta)          - Fé, Mansidão, Domínio Próprio.

Amor ou caridade à É a busca e o interesse pelas pessoas demonstrado através de atitudes, pensamentos, sentimentos e palavras. O amor, todavia, não é passivo nem negligente, pois demonstra os atributos de justiça e retidão, sem os quais se tornaria apenas um sentimento circunstancial;

Gozo ou Alegria à É uma profunda satisfação no coração, independente de que as circunstâncias sejam favoráveis. Ela advém da segurança que o cristão tem pela presença do Espírito Santo, refletidos por seu amor, sua graça, suas promessas e suas bênçãos. É a alegria no e do Senhor, que anima e fortalece o crente (Neemias 10:8 e Filipenses 4:4) e motiva sua adoração e louvor por ser e estar com o Senhor.

Paz à Quietude e harmonia que brotam no coração do crente. A paz de Deus que excede ao entendimento humano e guarda o coração contra as preocupações, temores, ansiedades e desespero, que tentam invadi-lo. Age independente das condições favoráveis. Essa paz vem ao cristão e transborda sua alma aflita, quando este decide, em oração, confiar a Deus sua ansiedade. (Filipenses 4:6-7, João 14:1 e 27, Isaías 26:3);

Longanimidade ou paciênciaà É uma perseverança que faz o crente ser tardio em irar-se, descontrolar-se ou desesperar-se nas situações ou com pessoas, mantendo-o no rumo mesmo que tenha sofrido injúrias ou danos. Não é passividade, mas sim a consciência de que tempo e outros recursos serão necessários para suportar perdas, ofensas e decepções com pessoas ou situações. Essa paciência, não é tolerar o erro ou se anular como ser, pelo contrário, ela permite que haja as condições para se trabalhar o perdão, a exortação, a admoestação e a confrontação amorosa e firme (2 Timóteo 4:2). Deus é nosso modelo de longanimidade, pois a exerce objetivando o arrependimento do ser humano: Êxodo,34-6-7, Número 14:18 e 2 Pedro 3:9);

Benignidade àEstá relacionada com obras e atitudes. É procurar, querer e fazer o bem ao próximo e não causar o mal;

Bondade à Característica de quem promove a misericórdia, o perdão, a benevolência e a justiça. É ter virtude e força moral, ser agradável. Enquanto benignidade é fazer o bem. Bondade é ser bom;

Fidelidade ou Fé àLealdade constante e inabalável ao Senhor com quem estamos unidos por promessa. Isso reflete também no trato com o próximo. É ter compromisso e honestidade, é ser fidedigno (em quem se pode confiar), que não falha e é verdadeiro e honrado;

Mansidão à É ser moderado e humilde sem perder a autoridade, mas, ao mesmo tempo tratável e que consegue submeter-se. Demonstra-se por serenidade e tranquilidade nas situações. Pode expressar sua ira e descontentamento com firmeza, porém, sem violência ou agressividade;

Domínio Próprio à Está relacionado com a área moral. É moderar e conter seus desejos e controlar suas paixões e impulsos carnais. É o controle que o crente exerce em áreas como pureza, glutonaria, sexualidade, finanças, etc..

Ao examinarmos o texto acima em seu contexto de Gálatas, no capítulo cinco, notamos que Paulo exortava aos Gálatas a valorizar a vida cheia do Espírito Santo. Veja o versículo 16 “Andai em Espírito e não cumprireis os desejos maus de sua natureza carnal”. Aqui o apóstolo demonstra que podemos fazer escolhas: andar pela transformação que o Espírito Santo nos dispõe, ou viver alimentando a natureza carnal. A quem nós deixarmos guiar nossas vidas, esse mesmo mostrará em nós o seu agir.

Agir na carne, isto é, pela natureza humana decaída, estaremos sujeitos ao que a Bíblia chama de ‘obras da carne’, as quais estão descritas em Gálatas 5:19-21[*].

 [*] Consulte seu Líder de Estudo Bíblico para saber os significados de cada uma das obras da carne.

Há uma luta entre o Espírito e a carne (natureza humana). Mas podemos ser transformados e restaurados à imagem de Deus, e dar a vitória ao Espírito Santo nessa luta. Basta buscarmos a Deus de todo o coração, de verdade e integridade, veja 2 Coríntios 3:17-18. Se falhar, confie no perdão de Deus e busque a restauração. Leia com a Igreja: Salmos 51:10, 1 João 1:6 e 9, 2:1-2.

O apóstolo conclui dizendo que “...contra essas coisas (o fruto do Espírito) não há lei. E os que são de Cristo, crucificaram a carne e suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito”. (Gálatas 5:23-25).

CUIDANDO DO NOSSO VIVER NO ESPÍRITO SANTO

Cultivar um relacionamento com Deus promove a ação em nosso interior do seu Espírito Santo (Efésios 3:16-17), gerando seu fruto em nós. Em Efésios 4:17 a 5:21 o apóstolo Paulo torna em termos práticos como deve ser nosso viver/proceder diário. No versículo 4:30 lemos: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção”.

O crente causa tristeza ou pesar ao Espírito Santo quando não da importância à sua presença, ou à sua voz e direção (Gálatas 6:6-7, Romanos 8:5-9). O próximo passo é acabar resistindo a Deus (Atos 7:51). O homem de dura cerviz é a descrição da pessoa orgulhosa demais para se deixar corrigir. Sabendo o que é o certo ou sendo convencido pela Palavra mesmo assim a pessoa não se arrepende. Dissimula e vive a aparência, não deixando que a Palavra de Deus o transforme.

Esse endurecimento (Hebreus 3:7-16) leva a ‘extinguir’ o Espírito Santo na vida da pessoa (1 Tessalonicenses 5:19,20), pois começará a desprezar a palavra profética. Profecia não é somente o conjunto das predições sobre o futuro da Terra e da humanidade. A profecia caracteriza-se também por ser uma mensagem de admoestação, exortação e correção. O profeta é a voz e o dedo de Deus que confronta. Quando se resiste ao Espírito Santo impede-se seu agir, não dando mais ouvidos a sua Palavra, acaba extinguindo-o de sua vida.

O apóstolo João em sua primeira epístola capítulo 5 e versículo 16-17, fala que: “Há pecado para a morte e por esse não digo que ore” (1 João 5:16b). Jesus disse: “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada” Mateus 12:31-32. No verso 34 entendemos que reputar as obras de Deus ao diabo é a causa.

O escritor de Hebreus fala do “agravo ao Espírito da Graça” e indaga que quem comete merece mais que a morte (Hebreus 10:27-31). E em Atos 5:3-4 lemos que o mentir ao Espírito Santo trouxe morte a Ananias e Safira.

A obscuridade na mente da pessoa leva-a a agir cruelmente contra a fé (2 Tessalonicenses 2:2) e pode conduzi-la a um  ponto onde Deus não mais agirá nela, rejeitando-a para sempre. O Senhor sabia que Judas Iscariotes tinha uma predisposição a ser um traidor (João 6:64) mas deixou-o com outros que também eram descrentes, para trabalhar-lhe o arrependimento. Porém, Judas resistiu-lhe até o fim, quando então o diabo entrou nele (Lucas 22:3). Após isso, ele entregou Jesus aos seus algozes, com sadismo e, por fim, preferiu suicidar-se a arrepender-se.

O crente pode chegar a cometer pecado mas, se sua inclinação é para Deus, ele deixa-se ser tocado, quebrantado e conduzido ao arrependimento. O apóstolo João fala que “Se confessarmos os nossos pecados Ele(o Senhor) é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a justiça” 1 João 1:7. Veja também Ezequiel 18:21-23. Nossas ações demonstram quais foram nossas escolhas. Alguns textos bíblicos demonstram qual seja a vontade de Deus para nós nesse assunto: Salmo 51, 2 Crônicas 7:14, Mateus 5:3-5, Romanos 6, 1 João 1:6 a 2:2;

Questões para Refletir:

  1. Quem é o Espírito Santo e qual sua obra em nós?
  2. Qual a diferença entre o Fruto do Espírito mencionado em Gálatas 5:22-23 e os Frutos do Crente em João 15:8?
  3. Por que o Fruto do Espírito está no singular se vemos nove características?
  4. Há uma luta entre o Espírito e a natureza carnal. Quem vencer mostrará seus resultados. Isso depende de quem vamos deixar agir em nós. Se o Espírito, o Fruto do Espírito; se a carne, as obras da carne. Como fazer para que o Espírito Santo manifeste em nós seu Fruto?
  5. Quais as fases, identificadas pela Palavra, que demonstram um afastamento da presença de Deus?
  6. O que deve fazer o Cristão para manter sempre seu relacionamento com Deus?
Saiba Mais:
  1. A Promessa é Vossa.pdf (120,2 kB)
  2. A Verdade Sobre o Espírito Santo.pdf (208,2 kB)
  3. Águas Vivas.pdf (119,8 kB)
  4. Essenciais Doutrinas da Bíblia.pdf (537,6 kB)
  5. O Dom do Espírito Santo.pdf (128,7 kB)
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